A Ciência provou a existência de planetas com dois sóis, como mostrado no filme Star Wars de 1977

Planeta TOI 1338 b com seus dois sóis
Planeta TOI 1338 b com seus dois sóis. Crédito Imagem: NASA/TESS.


Quando o primeiro filme de Star Wars foi lançado em 1977, o público foi ao delírio ao ver o icônico planeta Tatooine que orbitava dois sóis. Naquela época, os astrônomos não sabiam realmente sequer que existiam exoplanetas (planetas fora do nosso sistema solar). Na verdade, o primeiro planeta extra-solar em torno de uma estrela parecida com o nosso Sol só foi detectado em 1995 e foi chamado de 51 Pegasi b, localizado a 51 anos-luz da Terra, na constelação de Pegasus.

Já, o primeiro planeta orbitando duas estrelas só foi detectado em 2005, e era um planeta do tamanho de Júpiter orbitando um sistema composto por uma estrela semelhante ao Sol e uma anã marrom.

A imagem em destaque no início da matéria, foi produzida em janeiro de 2020 por meio dos dados do telescópio TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite), que mostra o planeta TOI 1338 b, que é cerca de 6,9 vezes maior que a Terra (entre os tamanhos de Netuno e Saturno), localizado à 1.300 anos-luz de distância, na constelação do Pintor (ou Pictor, que é uma constelação do hemisfério celestial sul, localizada entre a brilhante estrela Canopus e a Grande Nuvem de Magalhães).

Planeta Toi 1338
Perspectiva do Planeta Toi 1338 com seus dois sóis.

O sistema TOI 1338 é composto por duas estrelas companheiras que se circundam em órbitas estáveis, formando um binário eclipsante, ao menos do nosso plano de visão. A estrela maior é cerca de 10% maior que o nosso Sol, enquanto a outra estrela é bem menor que o nosso Sol (cerca de um terço do tamanho), menos brilhantes e mais fria.

Os pesquisadores que trabalham no projeto TESS, observaram que os trânsitos do planeta TOI 1338 b são irregulares, ocorrendo entre cada 93 e 95 dias, e variam em profundidade e duração graças ao movimento orbital de suas estrelas. O telescópio TESS vê apenas os trânsitos que cruzam a estrela maior - os trânsitos da estrela menor são muito fracos para serem detectados.

A órbita do planeta é relativamente estável por pelo menos os próximos 10 milhões de anos. O ângulo da órbita em relação a nós, no entanto, muda o suficiente para que o trânsito do planeta cesse após novembro de 2023 e seja retomado oito anos depois.

Edição: Clodoaldo Lemes e Yvette Smith (Nasa).
Crédito de imagem: NASA/Goddard Space Flight Center

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