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| Ministro da Saúde e demais autoridade em visita a um posto de saúde em Cristalina. Foto: Assessoria Comunicação da Prefeitura de Cristalina. |
O médico Marcelo Queiroga, ministro da saúde, esteve em Cristalina neste sábado, 24 de abril, para conhecer o Plano Nacional de Telemedicina (PNT), projeto piloto que consiste em uma estratégia intersetorial e interministerial dedicada à convergência de ações e de recursos nacionais relacionados às tecnologias de informação e de comunicação (TICs) em saúde. O PNT visa contribuir para o acesso integral aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) em municípios distantes dos centros urbanos.
Recepcionado pelo prefeito de Cristalina, Daniel Sabino Vaz, e pelo médico Luis Otavio Biazoto Massa, vice-prefeito, o ministro e toda a comitiva acompanharam o atendimento da paciente Alelustania Macedo da Silva, na UBS do bauirro Marajó, no distrito de Campos Lindos. A gestante de quatro meses estava fazendo o pré-natal na UBS e realizando exames de rastreio por meio de equipamentos de alta tecnologia de telemedicina.
Alelustania disse que neste momento de pandemia, a agilidade no processo de atendimento e diagnóstico foi de extrema importância para a sua saúde e a de seu bebê. “- Meu primeiro atendimento foi muito rápido, passei pela triagem, me encaminharam para o médico e, em seguida para a ginecologista. Além de ser gestante, tenho outros problemas de saúde, e o suporte que estou recebendo aqui está sendo muito bom”, disse, feliz.
Fluxo do atendimento
O Programa Nacional de Telemedicina prevê um percurso do paciente desde a sua chegada à unidade até a sua saída, com máxima resolutividade. Ao chegar à UBS o paciente é atendido na recepção, onde fornece seus dados pessoais, que são inseridos na plataforma do telessaúde. Aquele que não possui cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS) consegue fazê-lo na recepção e ter impresso seu Cartão Nacional de Saúde (CNS), documento de identificação do usuário do SUS, uma vez que o sistema está integrado.
Após esse cadastro inicial o paciente é direcionado para a sala de triagem, onde é recepcionado por uma técnica de enfermagem capacitada para realizar a triagem com o equipamento CNOGA, que avalia, em aproximadamente um minuto e meio, 17 parâmetros vitais, entre eles a frequência cardíaca, pressão arterial e saturação de oxigênio. Com essa avaliação o paciente é encaminhado para o médico, de acordo com a sua classificação de prioridade.
Já no consultório médico o paciente é avaliado e tem sua conduta conforme os protocolos estabelecidos. Caso haja a necessidade de alguma consulta mais especializada, o projeto conta com a participação inicial de cinco especialidades: a telecardiologia, que disponibiliza um eletrocardiograma; a teledermatologia, com a utilização de um dermatoscópio; a telepediatria, a telepsiquiatria, e a teleoftalmologia, que utiliza um retinógrafo.
O paciente também tem acesso a exames laboratoriais, os quais são realizados instantaneamente com o equipamento HILAB, que disponibiliza exames de glicemia, BHCG, hepatite B, hepatite C, COVID-19, função renal, hemoglobina glicada, VDRL (sífilis), HIV, toxoplasmose, perfil lipídico, dengue, zika, PSA, TSH e vitamina D.
De acordo com a médica Livia Marcacini, coordenadora do projeto na UBS de Cristalina, alguns desses exames demoravam para ser realizados e outros, como o de vitamina D, não estavam disponíveis na região. Lívia também destaca os benefícios da teleconsultoria para a unidade de saúde.
“Os encaminhamentos às especialidades diminuíram em aproximadamente 20%, contribuindo para economia, melhor resolutividade das queixas e maior satisfação da população”, ressaltou.
O projeto já tem se expandido no município, contando com 14 unidades básicas de saúde, que já passaram pela fase da capacitação e apenas aguardam a chegada dos equipamentos para funcionarem integralmente com o Programa de Telemedicina.
Operacionalização
A operacionalização do PNT provém de uma convergência de ações que estão sob a responsabilidade de diferentes ministérios, numa agenda programática única, com governança e gestão compartilhadas. Junto com o Ministério da Defesa participam do programa mais sete ministérios: da Ciência, Tecnologia e Inovações; da Saúde; das Comunicações; da Educação; da Cidadania; da Economia e de Minas e Energia.
O PNT é centrado no paciente do SUS e no seu acesso a serviços de saúde a partir de uma agenda integrada de saúde digital. Para isso, são utilizadas tecnologias que viabilizam a execução desses serviços em diversas áreas de telessaúde e telediagnóstico previstas no Programa. Assim, para o seu desenvolvimento são necessárias melhorias na infraestrutura dos estabelecimentos de saúde, como acesso à banda larga de internet, dispositivos tecnológicos e digitais e energia elétrica onde não tenha, priorizando a geração de energia alternativa.
Além disso, para implantação e operacionalização do Programa, é preciso realizar a capacitação técnica de profissionais das áreas de saúde e de tecnologia. Tudo isso já foi realizado na UBS de Marajó, que atende uma população de cerca de 15 mil pessoas e está a 385 quilômetros de Goiânia. O projeto piloto, segundo o secretário de saúde de Cristalina, Ednardo Gonçalves Ribeiro, já se mostra um instrumento eficaz na melhoria da qualidade do atendimento de saúde da população, na redução de custos e do tempo de deslocamentos.
“A otimização de tempo e recursos é inquestionável. Nós mandávamos vários pacientes para realizar exames e consultas em outros municípios e, agora, estão sendo realizados aqui, com muita qualidade”, disse ele.
Já estão funcionando as especialidades de teleoftalmologia, telepediatria, telecardiologia, teledermatologia, teleginecologia e telepsiquiatria. De acordo com o gerente do Programa, general Marco Antônio Martin da Silva, ex-comenadante da 3ª Brigada de Infantaria Motorizada, situada em Cristalina, essas especialidades foram levantadas com a expertise do trabalho realizado nas missões interministeriais que levaram assistência médica especializada às comunidades indígenas, que vivem em locais de difícil acesso e distantes de grandes centros.
“Nossa experiência nas fronteiras mostrou a carência de algumas especialidades de extrema importância nesses locais distantes e vulneráveis. A falta de um profissional de gineco-obstetra faz com que não seja realizado, por exemplo, um pré-natal, o que pode acarretar vários problemas tanto para a mãe quanto para a criança, e até mesmo levar a óbito”, explica o General.
Ministro se impressiona e faz consulta
Marcelo Queiroga realizou uma consulta com um oftalmologista que estava em Goiânia, mostrando que médicos especialistas podem atender de qualquer parte do País. “Esse é o modelo de unidade básica de saúde que o Governo Federal quer fazer acontecer, onde são possíveis vários tipos de especialistas chegarem a regiões longínquas”, disse o ministro, enquanto ouvia as explicações de Martin sobre o programa. “Esse é um tipo de projeto que o Brasil precisa, porque se destina a comunidades que não têm acesso fácil à saúde. O Governo é um só e tem interesse em estar próximo das comunidades carentes”, destacou.
O general Martin informou ao ministro que Cristalina foi escolhida por ser um município territorialmente grande, por estar próximo de Brasília e pela acessibilidade do prefeito Daniel, que abriu as portas desde o início para o projeto. Impressionado com a explanação do gerente e a importância do projeto, Queiroga ressaltou: “O paciente chega é aqui, nas unidades básicas, e é por isso que o Governo do presidente Jair Bolsonaro desde o início dá prioridade para as atenções primárias da saúde. Com este projeto abrangente, vamos chegar em locais distantes e até inacessíveis para tratar da saúde de quem mais precisa”.
UPA e agradecimentos
O prefeito Daniel aproveitou a oportunidade e reforçou junto ao ministro o pedido protocolado no dia 19 de fevereiro, quando da primeira visita técnica que foi feita em Campos Lindos, solicitando a construção de uma UPA no distrito. Queiroga se mostrou receptivo e disse que o processo está andando, enquanto o prefeito fez questão de agradecer, mais uma vez, não somente ao ministro da saúde, mas também a todos os envolvidos neste grande projeto.
“Primeiramente agradeço ao nosso presidente Jair Bolsonaro, que permitiu que esse projeto fosse testado e começasse por Cristalina. Estamos orgulhosos porque esta iniciativa vai servir de modelo para o País, por isso que desde o início oferecemos o apoio necessário ao desenvolvimento da ideia. Obrigado ao ministro Marcelo Queiroga, aos outros sete ministérios envolvidos, ao general Martin e a equipe de saúde de Cristalina, que não mediu esforços para que pudéssemos chegar até aqui”, falou Daniel.
Seguindo a mesma linha o vice-prefeito Luis Otavio agradeceu e elogiou a equipe local da saúde. “A iniciativa prosperou aqui em Cristalina pela dedicação da equipe e pela estrutura disponibilizada. Logicamente temos que enaltecer e agradecer ao presidente e aos ministros antes de mais nada, mas é preciso salientar que a equipe abraçou o projeto integralmente para fazê-lo desenvolver e beneficiar a população. Não tenho dúvidas de que o que realizamos em Campos Lindos, vai servir de modelo para o Brasil inteiro”, afirmou.
Presenças ilustres
Fizeram parte da comitiva, além de Queiroga, o ministro do turismo, Gilson Machado Neto, o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e o general Manoel Pafiadache, dentre outros. Representando a Secretaria Estadual de Saúde participou Renato Alves, superintendente de tecnologia, inovação e sustentabilidade.
Reconhecimento
Importante destacar na atuação para a avaliação e implantação do projeto na UBS de Marajó, além dos nomes já citados, as enfermeiras Natália Dyeinin Gomes Pereira (coordenadora), Núbia Grazielle P. dos Santos e Samuel Francisco Mendes; as técnicas em enfermagem Sueli Alves da Costa Santos, Queila Cristina Torres Frazão e Mariana Coutinho; e as recepcionistas Aline Barbosa dos Santos Dantas e Maria Rosa Alves de Souza.
Edição/Fonte: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Cristalina.
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