Pela primeira vez os
cientistas identificaram um objeto interestelar no Sistema Solar
viajando a cerca de 38,3 quilômetros por segundo e a uma distância de 200
milhões de quilômetros da Terra, trata-se do asteroide 1I/2017 U1, que recebeu
o nome de Oumuamua, que em havaiano significa "mensageiro de muito longe
que chega primeiro". Esse objeto descoberto em 19 de outubro tem um formato
peculiar de cor avermelhado, em forma de charuto, seu comprimento é cerca de 10
vezes maior que sua largura. O misterioso e peculiar corpo celeste possui
aproximadamente 400 metros de comprimento e apenas 40 metros de diâmetro.
Com base nas características
físicas, trajetória e velocidade, os cientistas afirmam que o asteroide não se
parece com nenhum outro objeto do Sistema Solar e que ele deve ter se originado
ao redor de outra estrela. O objeto pode fornecer informações importante sobre
a forma como os outros sistemas solares se formam, já que esses objetos podem
ser considerados os restos que sobram da construção de planetas.
As observações e análises
foram financiadas em parte pela NASA e aparecem na edição de 20 de novembro da
revista Nature. Eles sugerem que esse objeto incomum vagueou pela Via
Láctea, desapegado em qualquer sistema estelar, por centenas de milhões de anos
antes do encontro fortuito com nosso sistema estelar.
"Durante décadas, nós
teorizamos que tais objetos interestelares estão lá fora, e agora - pela
primeira vez - temos provas diretas de que existem", disse Thomas
Zurbuchen, administrador associado da direção da missão científica da NASA em
Washington. "Esta descoberta de história está abrindo uma nova janela
para estudar a formação de sistemas solares além do nosso".
Os principais telescópios do
mundo estão apontados para o asteroide Oumuamua, afim de obter o maior número
de informações possível sobre esse singular e raro achado espacial. A intenção
é conseguir medir dados básicos, tais como, velocidade orbital, trajetória,
brilho, cor e comprimento.
As análises sugerem que o
asteroide é formado por rochas e metais, não foram detectadas a existência de
água ou gelo. Por causa dos milhões de anos viajando pelo espaço sua superfície
foi bombardeada por radiação de raios cósmicos, dando origem a cor avermelhada.
Origem e destino
Os dados iniciais sugerem que
o asteroide Oumuamua chegou ao Sistema Solar vindo da direção da estrela Vega,
na constelação de Lyra a 25 anos-luz da Terra. Da constelação de Lyra até o
Sistema Solar, estima-se que o asteroide viajou cerca de 300 mil anos, numa
velocidade cruzeiro em torno de 26,4 quilômetros por segundo. Lembrando que ao
passar próximo á planetas e estrelas os asteroides podem ganhar velocidade devido
ao “empurrão” gravitacional.
O asteroide segue sua viagem
pelo universo, após se aproximar do Sol em setembro, ganhou velocidade e em 1º
de novembro passou pela orbita de Marte, em maio de 2018 chegará em Júpiter e
janeiro de 2019 estará além da orbita de Saturno. Tudo indica que o asteroide
segue na direção da Constelação de Pegasus.
Estima-se que pelo menos um asteroide
como o Oumuamua vindo de outras estrelas passem pelo Sistema Solar todos os
anos, no entanto, essa foi a primeira vez que foi possível detectar essas
rochas especiais.
Astrônomos farão uso dos
principais telescópios do mundo e vão continuar monitorando o asteroide Oumuamua
enquanto se dirige ao Sistema Solar externo, possivelmente a partir de dezembro
sua detecção será mais difícil em razão da distância que se encontrará de nós.
Descoberta
Este notável objeto foi
descoberto no dia 19 de outubro pelo telescópio Pan-STARRS1 da
Universidade do Havaí, financiado pelo Programa NEOO ( Near-Earth
Object Observations ) da NASA, que localiza e rastreia asteroides e
cometas no bairro da Terra. A Diretora de Defesa Planetária da NASA,
Lindley Johnson, disse: "Temos a sorte de que nosso telescópio de
levantamento do céu estivesse no lugar certo no momento certo para capturar
esse momento histórico. Esta descoberta incrível é um prêmio aos esforços
da NASA para encontrar, rastrear e caracterizar objetos próximos da Terra que
potencialmente podem representar uma ameaça para o nosso planeta ".
Animação em vídeo
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