Após duas horas no Presídio
Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio de Janeiro, o empresário Eike
Batista foi transferido por volta das 13h30 para a Penitenciária Bandeira
Stampa, conhecida como Bangu 9, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu,
na zona oeste da cidade.
Ao deixar o Presído Ary
Franco, o empresário estava com a cabeça raspada e usando o uniforme do sistema
penitenciário – camiseta banca e calça jeans. A Secretaria de Estado de
Administração Penitenciária (Seap) informou que, após triagem inicial no
Presídio Ary Franco, Eike foi transferido para uma unidade prisional que
atendia a seu perfil. “Ele ingressou na porta de entrada para presos federais
e, após ser avaliado, foi transferido para uma unidade de acordo com o perfil”,
diz a nota da Seap. Em Bangu 9, ficam presos sem curso superior, em cela comum,
que é o caso do empresário.
O empresário chegou por volta
das 11h20 ao Presídio Ary Franco. Ele foi preso por agentes da Polícia Federal
logo após desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão de um voo
vindo de Nova York.
O avião que trouxe Eike
Batista para o Rio de Janeiro pousou hoje (30/01) às 9h54. Em seguida, o
empresário foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) onde fez exame de
corpo de delito. Ele embarcou no domingo (29), no Aeroporto John F. Kennedy, em
Nova York, em um voo da American Airlines.
Lava Jato
Eike e o executivo Flávio
Godinho, seu braço direito no grupo EBX e vice-presidente do Flamengo, são
acusados de terem pago US$ 16,5 milhões a Cabral em troca de benefícios em
obras e negócios do grupo, usando uma conta fora do país. Os três também são
suspeitos de terem obstruído as investigações.
Na quinta-feira (26), a
Polícia Federal tentou deter o empresário em sua casa, no Rio de Janeiro, mas
ele não estava lá. Os advogados informaram que Eike havia viajado a trabalho
para Nova York e que voltaria ao Brasil para se entregar. A Polícia Federal o
considerou foragido e pediu a inclusão de seu nome na lista de procurados da
Interpol, a polícia internacional.
Eike, 60 anos, foi considerado
o homem mais rico do Brasil e, em 2012, o sétimo mais rico do mundo pela
revista Forbes, com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões. As empresas do
grupo EBX atuam na área de mineração, petróleo, gás, logística, energia e
indústria naval. Em 2013, os negócios entraram em crise e Eike começou a deixar
o controle de suas companhias e vender seu patrimônio.
O nome de Eike Batista
apareceu na semana passada no âmbito da Operação Eficiência, um desdobramento
da Operação Calicute, fase anterior da Lava Jato no Rio de Janeiro, sobre
propinas pagas por grandes empreiteiras a partidos e políticos para obter
contratos da Petrobras.
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