Luz de Circulação Diurna (DRL) x Faróis Baixos |
Agora é lei, todos os veículos
que circulam pelas estradas brasileiras deverão acender os faróis baixos mesmo
durante o dia. A Lei 13.290/2016 foi sancionada pelo presidente interino Michel Temer no dia 23
de maio, ficando estabelecido que no período de 45 dias a partir da sanção
presidencial os motoristas devem ser informados sobre a nova obrigatoriedade.
Em julho, os órgãos de fiscalização de trânsito já poderão aplicar multas a
quem não respeitar a nova lei. E não será uma multa barata, quem trafegar com
os faróis apagados cometerá infração média, com multa de R$ 85,13 e mais quatro
pontos na CNH.
A lei é muito bem-vinda e
certamente aumentará a segurança nas rodovias, no entanto já chega obsoleta ao
não considerar dispositivos mais modernos e mais eficientes de iluminação
diurna, como os DRLs (Daytame Running Lamp/Light) ou farol/luz de circulação
diurna, presente na maioria dos carros importados e em alguns nacionais. A lei
traz o seguinte texto: “o condutor
manterá acesos os faróis do veículo, utilizando luz baixa, durante a noite e
durante o dia nos túneis providos de iluminação pública e nas rodovias. ”,
ou seja, despreza totalmente outras soluções já amplamente testadas em outros
países, como o DRL que já é obrigatório, por exemplo, na Europa.
O DRL para quem ainda não
conhece são lâmpadas halógenas ou de LED que se acendem sempre que é dada a
partida no carro independentemente se o farol está ligado ou não. Vários
modelos que circulam no Brasil já contam com esse sistema: Peugeot 208, Peugeot
308, Peugeot 408, Citroën C4 Lounge, Chevrolet Cruze (modelo mais novo), além
de praticamente todos os veículos acima de 100 mil reais.
Muitos acham que o DRL tem uma
função meramente estética, mas é justamente o contrário, o sistema visa
especialmente a segurança, uma vez que melhora em muito a visibilidade dos
carros, tanto para pedestres, como também para outros condutores.
Estudos europeus mostraram que
após a obrigatoriedade dos carros novos virem de fábrica com o DRL observou-se
uma redução entre 10% e 20% nos acidentes de trânsito, principalmente nas
colisões frontais, que normalmente são as mais graves. Já nos Estados Unidos o
DRL não é obrigatório, a NHTSA (National
Highway Traffic Safety Administration), em seus estudos apontou para uma baixa
redução nos acidentes. Mesmo assim, outras entidades americanas fizeram estudos
que mostraram redução entre 5% e 15% nos números totais de acidentes nos
veículos com DRL.
DRL x Farol Baixo
Muita gente questiona a
eficácia da luz de circulação diurna (DRL), o fato é que esse sistema foi
projetado principalmente para aumentar a visibilidade durante o dia, sendo mais
eficiente na visualização por parte de outros condutores e pedestres em relação
ao farol, já que este foi projetado para iluminar em condições de pouca ou
nenhuma luz. Se observarem verão que os leds ou lâmpadas dos DRLs ficam
direcionados para cima, justamente para serem vistos de longe, ao contrário dos
faróis, que são projetados para facilitar a visão por parte do condutor do
veículo.
Outro problema não considerado
pelas nobres autoridades diz respeito às lanternas dos carros, ao ligar o farol
baixo, as lanternas, geralmente de cor vermelha também se acendem, assim, a luz
de freio, que também é vermelha, fica menos visível, podendo assim aumentar o
número de colisões traseiras. Mas aí você pode estar pensando, a lei diz que o
farol baixo deve ser aceso somente em rodovias e tuneis, nessas condições os
carros não andam tão próximos... mais ou menos... aqui no Distrito Federal por
exemplo, os trajetos são principalmente feitos por rodovias federais e
distritais e, portanto, em horários de pico são formados grandes
congestionamentos.
Além de melhorar drasticamente
a visibilidade, o DRL é ativado mesmo com o farol desligado, assim, as
lanternas traseiras ficam desligadas, diminuindo o risco do motorista que vem
atrás não se atentar entre a diferença da luz da lanterna com a luz de freio.
Outro problema do uso diurno
dos faróis é em relação ao consumo de combustíveis, mesmo que ínfimo, além do
desgaste do sistema de iluminação do carro, que terá sua vida útil diminuída e
o motorista terá que substituir as lâmpadas mais frequentemente.
Para finalizar, ressaltamos
que a Lei 13.290/2016 deve ser revista, de modo a contemplar também os dispositivos
de circulação diurna (DRL), já que esse sistema é comprovadamente muito mais
eficaz para melhorar a visibilidade dos veículos durante o dia do que o farol
baixo.
Afinal de contas, meu carro já vem com o DRL terei que ligar o farol
baixo mesmo assim?
Bem, essa questão é polêmica,
como a lei não diz nada a respeito de dispositivos auxiliares de iluminação
diurna dos carros, levando ao pé da letra, mesmo seu carro tendo aquelas luzes
de Led (DRL) será preciso ligar os faróis baixos, caso contrário poderá ser
multado pela autoridade de trânsito. Esperamos que até julho o governo revise a
lei para que o DRL se enquadre à nova legislação e que os carros que já vem com
esse sistema não precisem também ligar os faróis durante o dia.
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