A imagem acima mostra o módulo Philae na superfície do cometa 67P / Churyumov-Gerasimenko. Um dos três pés da sonda pode ser visto no primeiro plano.Crédito: ESA |
O dia 12 de novembro de 2014
entrou para a história, pela primeira vez uma sonda humana pousou num cometa a
mais de 510 milhões de quilômetros da Terra. A sonda Rosetta, construída pela
ESA (Agência Espacial Europeia) foi lançada ao espaço em março de 2004, uma
missão de dez anos que consumiu mais de € 1,2 bilhão, cerca de R$ 3,8 bilhões. A
sonda carregava o módulo Philae, dotado
de uma vasta quantidade de equipamentos para análise de solo, gases, e
possíveis elementos orgânicos.
O objetivo da missão europeia
é estudar o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, localizado no cinturão de
asteroides entre os planetas de Marte e Júpiter. O corpo celeste é uma espécie de
fóssil que contém importantes materiais restantes da formação do Sistema Solar,
há cerca de 4,56 bilhões de anos. Assim, os estudos na superfície do cometa vai
ajudar os cientistas a entender, sobretudo a dinâmica da formação dos planetas
e quem sabe, a origem da vida na Terra.
Existem várias hipóteses sobre
a origem da vida na Terra, uma dessas afirma que os cometas e asteroides podem
ser os semeadores da vida no Universo. No caótico e turbulento início da Terra,
o planeta foi severamente bombardeado por
esses corpos celestes, que podem carregar elementos essenciais para o
surgimento da vida (aminoácidos) e até outros elementos orgânicos que agora
poderá ser estudado. Esses viajantes
espaciais podem ser uma espécie de capsulas onde elementos orgânicos e até
mesmo algum tipo de bactéria primitiva são espalhadas pelo Universo.
O diretor-geral da ESA, Jean-Jacques
Dordain, comemorou o sucesso do pouso da Philae no cometa e enfatizou que o
sucesso da missão é um grande passo para a civilização humana.
Mas o pouso no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko
foi extremamente complexo, tanto que, após viajar por dez anos e percorrer mais
de 510 milhões de quilômetros, a sonda Rosetta que orbita o cometa, liberou o
módulo de pesquisa e exploração Philae, o procedimento de pouso e aterrisagem
do módulo na superfície do cometa durou cerca de sete horas.
Os dados da telemetria de
Philae enviadas à sonda Rosetta e por ela, enviada à Terra, mostram que dos três
sistemas de pouso do módulo, somente um funcionou, que foi o sistema de
parafusos nos pés do trem de pouso, que permitiu ao módulo se fixar no solo do
cometa.
É possível que após ser liberado
pela sua nava-mãe, o módulo Philae tenha tocado a superfície do cometa e
voltado a flutuar por não ter conseguido se fixar, o que ocorreu somente na
segunda tentativa duas horas depois. Como a gravidade do cometa é pequena, o
choque do módulo com o chão não causou aparentemente nenhum dano nos aparelhos.
Veja um infográfico bem didático sobre a missão elaborado pelo site G1.
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