O governo do Brasil pediu
explicações aos Estados Unidos (EUA) sobre a espionagem das comunicações de
cidadãos brasileiros pela Agência Nacional de Segurança daquele país (NSA, na
sigla em inglês). De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota,
os esclarecimentos foram solicitados por meio da Embaixada do Brasil em
Washington e, ainda, ao embaixador dos EUA no Brasil.
O ministro disse que o
Itamaraty recebeu com “grave preocupação” a notícia de que contatos eletrônicos
e telefônicos de seus cidadãos estariam sendo monitorados. Patriota deu as
declarações em Paraty, no Rio de Janeiro, onde está sendo realizada a 11ª Festa
Literária Internacional (Flip).
Segundo Antônio Patriota, o
governo brasileiro lançará iniciativas na Organização das Nações Unidas (ONU)
pelo estabelecimento de normas claras de comportamento para os países quanto à
privacidade das comunicações dos cidadãos e a preservação da soberania dos
demais Estados. O Itamaraty pretende ainda pedir à União Internacional de
Telecomunicações (UIT), em Genebra, na Suíça, o aperfeiçoamento de regras
multilaterais sobre segurança das telecomunicações.
O escândalo sobre o
monitoramento das comunicações privadas de cidadãos e empresas de dentro e de
fora do país pelo governo dos EUA veio à tona após o ex-técnico em segurança
digital da CIA (agência de inteligência norte-americana), Edward Snowden,
revelar a prática. Os dados eram vigiados por meio do Prism, programa de
vigilância eletrônica altamente secreto mantido pela NSA. Uma reportagem do
jornal O Globodeste domingo revelou que as comunicações do Brasil estavam
entre os focos prioritários de monitoramento.
Depois das revelações, Snowden
teve o passaporte cancelado pelo governo norte-americano. Ele pediu asilo
político a 21 países. Até o momento, Bolívia, Venezuela e Nicarágua se
ofereceram para receber o ex-agente.
Na última semana, países
europeus proibiram a entrada do avião do presidente boliviano, Evo Morales, em
seu espaço aéreo, por suspeitaram que Edward Snowden estava a bordo. Países
latino-americanos, entre eles o Brasil, manifestaram-se a favor do chefe de
Estado. O incidente será discutido terça-feira (09/07) na Organização
dos Estados Americanos (OEA).
Fonte: Agência Brasil
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