O governo não abre mão de garantir aos trabalhadores domésticos direitos idênticos aos assegurados na Constituição aos demais trabalhadores.
A presidente Dilma Rousseff entregou, nesta terça-feira, a parlamentares da comissão mista que discute a regulamentação dos novos direitos a proposta do Poder Executivo. A emenda que incluiu os direitos dos trabalhadores domésticos na Constituição foi promulgada no início de abril.
Entre os pontos do documento
está a manutenção da alíquota de 12% para o INSS paga pelos patrões, que vai
cobrir o seguro contra acidente de trabalho, seguro-desemprego e salário-família,
benefícios introduzidos pelas novas regras. Também fica mantida a multa de 40%
do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em caso de demissão sem justa
causa.
O Palácio do Planalto não
pretende editar uma medida provisória ou apresentar projeto de lei nesse
sentido, mas chegar a um entendimento com os deputados e senadores sobre os
pontos pendentes. Foi o que explicou a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi
Hoffmann, ao final da reunião com os parlamentares. "Não abrimos mão, se podemos
dizer assim, da prerrogativa do governo de externar sua posição em relação ao
tema, e a presidenta achou que era importante chamar a comissão que já estava
com esse trabalho para fazer essa interação, até para que nós pudéssemos
agilizar a discussão e a votação."
“Não haverá redução de direitos”
O relator da matéria, senador
Romero Jucá (PMDB-RR), elogiou a iniciativa do governo e disse que pode
apresentar o texto dele ainda nesta semana. "Caberá a nós, na comissão,
buscar uma forma de garantir esses direitos. Não haverá redução dos direitos
dos trabalhadores nessa regulamentação. Esse foi o pleito da presidenta, da
equipe de governo”, informou o senador.
“Nós já tínhamos ouvido também
diversos segmentos, inclusive dos trabalhadores. Nossa tarefa será construir
uma solução inteligente que mantenha esses direitos e que faça com que não haja
peso, que não haja sobrecarga na família brasileira", acrescentou Jucá.
Três jornadas de trabalho
Na proposta entregue aos parlamentares, o governo propõe a possibilidade de três jornadas de trabalho: 44 horas semanais com até quatro horas extras diárias, jornada de 12 horas com 36 de descanso e banco de horas. Caberia a empregadores e empregados decidirem sobre o melhor modelo a ser adotado.
A ministra Gleisi Hoffmann
anunciou que no início de junho será lançado um portal da internet, mantido
pela Receita Federal em conjunto com os ministérios do Trabalho e da
Previdência Social, por meio do qual o empregador poderá registrar seu
empregado e pagar de forma unificada o INSS e o FGTS.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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