A cada 15 segundos, uma
criança morre de doenças relacionadas à falta de água potável, de saneamento e
de condições de higiene no mundo, segundo o Fundo das Nações Unidas para a
Infância (Unicef).
Todos os anos, 3,5 milhões de pessoas morrem no mundo por problemas relacionados ao fornecimento inadequado da água, à falta de saneamento e à ausência de políticas de higiene, segundo representantes de outros 28 organismos das Nações Unidas, que integram a ONU-Água.
Todos os anos, 3,5 milhões de pessoas morrem no mundo por problemas relacionados ao fornecimento inadequado da água, à falta de saneamento e à ausência de políticas de higiene, segundo representantes de outros 28 organismos das Nações Unidas, que integram a ONU-Água.
No Relatório sobre o
Desenvolvimento dos Recursos Hídricos, documento que a ONU-Água divulga a cada
três anos, os pesquisadores destacam que quase 10% das doenças registradas ao
redor do mundo poderiam ser evitadas se os governos investissem mais em acesso
à água, medidas de higiene e saneamento básico. As doenças diarreicas poderiam
ser praticamente eliminadas se houvesse esse esforço, principalmente nos países
em desenvolvimento, segundo o levantamento. Esse tipo de doença, geralmente
relacionada à ingestão de água contaminada, mata 1,5 milhão de pessoas
anualmente.
No Brasil, dados divulgados
pelo Ministério das Cidades e pelo Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento Básico, mostram que, até 2010, 81% da população tinham acesso à água
tratada e apenas 46% dos brasileiros contavam com coleta de esgotos. Do total
de esgoto gerado no país, apenas 38% recebiam tratamento no período.
Há poucos dias, a organização
da sociedade civil Trata Brasil divulgou levantamento que confirma a relação
entre a falta de saneamento e acesso à agua potável e os problemas de saúde que
afetam principalmente as crianças. O Ranking do Saneamento levantou a situação
desse serviço nas 100 maiores cidades do país, considerando a parcela da
população atendida com água tratada e coleta de esgotos, as perdas de água,
investimentos, avanços na cobertura e o que é feito com o esgoto gerado pelos
77 milhões de brasileiros dessas localidades (40% da população brasileira).
O levantamento mostrou que a
política em “grande parte das maiores cidades do país avança, mesmo lentamente,
nos serviços de saneamento básico, sobretudo no acesso à água potável, à
coleta, ao tratamento dos esgotos e à redução das perdas de água”. Os
pesquisadores destacaram, porém, que existe um número expressivo de
municípios de grande porte que não avançaram nesses investimentos.
De acordo com os
pesquisadores, do volume de esgoto gerado nas 100 cidades, somente 36,28% são
tratados, ou seja, apenas nas cidades analisadas, quase 8 bilhões de litros de
esgoto são lançados todos os dias nas águas sem nenhum tratamento. “Isso
equivale a jogar 3.200 piscinas olímpicas de esgoto por dia na natureza”.
Os órgãos das Nações Unidas
revelam que, no mundo, o despejo de 90% das águas residuais em países em
desenvolvimento – em banhos, cozinha ou limpeza doméstica – vão para rios,
lagos e zonas costeiras e representam ameaça real à saúde e segurança alimentar
no mundo.
Pelo ranking da
Trata Brasil, o índice médio em população atendida com coleta de esgoto nas 100
cidades pesquisadas pela organização foi 59,1%. A média do país, registrada em
2010, era 46,2%. A boa notícia é que 34 cidades apresentaram índice de coleta
de esgoto superior a 80% da população e apenas cinco municípios (Belo
Horizonte, Santos, Jundiaí, Piracicaba e Franca) tinham 100% da coleta de
esgoto em funcionamento.
Trinta e dois municípios se
encontram na faixa de sem coleta a 40% de coleta e 34 cidades têm entre 41% e
80% da cobertura de coleta de esgoto. “Ou seja, na maioria dos municípios analisados
ainda está distante a universalização dos serviços de coleta de esgoto”,
destaca o estudo.
A análise da organização não
governamental destacou que vários fatores influenciam na ocorrência das
diarreias, como a disponibilidade de água potável, intoxicação alimentar,
higiene inadequada e limpeza de caixas d'água. O estudo mostrou a relação
direta entre a abrangência do serviço de esgotamento sanitário e o número de
internações por diarreia. De acordo com o levantamento, em 2010, em 60 das 100
cidades pesquisadas os baixos índices de atendimento resultaram em altas taxas
de internação por diarreias.
Nas 20 melhores cidades em
taxa de internação (média de 17,9 casos por 100 mil habitantes), a média da
população atendida por coleta de esgotos era 78%, enquanto nas dez piores
cidades em internações por diarreia (média de 516 casos por 100 mil
habitantes), a média da população atendida por coleta de esgotos era somente
29%.
Fonte: Agência Brasil
1 Comentários
Isso é um descaso com a vida humana!
ResponderExcluirTenho dó destas famílias que perdem as crianças tão jovens por problemas como saneamento básico e água potável.
Também, precisamos nos politizar e fazer nossa parte se queremos ter um bom futuro com água potável e uma boa qualidade de vida.