A crise internacional também
deixou suas marcas no agronegócio brasileiro em 2012. Apesar da severa estiagem
que atingiu estados do Sul e Nordeste do Brasil, o setor registrou safra
recorde de 166,2 milhões de toneladas de grãos. Mesmo assim, seu PIB (Produto
Interno Bruto) recuou na comparação com 2011, ficando em cerca de R$ 813
bilhões.
De acordo com a Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a austeridade fiscal adotada pela
União Europeia, a redução no ritmo de crescimento da China e o enfraquecimento
da economia americana contribuíram para a deflação dos preços das principais commodities exportadas
pelo país.
Além disso, a crise levou a
uma desaceleração da demanda de grandes compradores dos produtos agropecuários
brasileiros, como Estados unidos e União Europeia. O setor também sofreu com
embargos à carne nacional, principalmente por parte da Rússia, principal
cliente, e Argentina, principal parceiro no Mercosul.
O maior ponto positivo do ano
para os produtores rurais foi a aprovação do Novo Código Florestal, discutido
por mais de dez anos no Congresso Nacional. Entidades representativas dos
produtores rurais, como a CNA e a Organização das Cooperativas Brasileiras
(OCB) dizem que a nova legislação traz segurança jurídica necessária ao setor e
contribui para a regularização das propriedades.
Apesar das incertezas quanto à
recuperação das economias mundiais, há perspectivas otimistas para 2013. A
produção de grãos, que já foi recorde este ano, deve crescer ainda mais. De
acordo com levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a
colheita deve ultrapassar 180 milhões de toneladas, um crescimento de mais de
8%.
Em relação à demanda externa,
o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, disse que vislumbra a
suspensão do embargo russo imposto em junho de 2011 às exportações de carnes
dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e de Mato Grosso, além da abertura de
novos mercados.
“Após anos de negociações, o
ano de 2013 será o momento para a conclusão do processo negociador com o Japão
e a Coreia”, disse, se referindo ao reconhecimento, por esses países, de Santa
Catarina como livre de febre aftosa sem vacinação e, consequentemente, a
permissão para que o estado possa exportar carne suína para eles.
O ministro garante que não
faltarão recursos aos produtores – o Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013
disponibilizou R$ 115,2 bilhões para financiamentos nesta safra – e que medidas
estão sendo tomadas com foco na geração de empregos no campo e no aumento da
renda com sustentabilidade. Entre elas, está o Projeto de Regionalização do
Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento, com o objetivo de tornar
o órgão mais ágil, eficiente e próximo dos produtores.
“Na regionalização, a ser
implementada inicialmente nas regiões Sul e Nordeste – em razão de serem
atingidas pela seca – a principal meta é identificar as dificuldades locais do
setor para induzir o crescimento da produção agropecuária e florestal por meio
de sistemas que gerem emprego e renda com sustentabilidade”, disse Mendes
Ribeiro.
Fonte: Agência Brasil
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