A presidente Dilma Rousseff
rebateu hoje (07/12) o artigo da revista britânica The Economist, que
sugere a demissão da equipe econômica brasileira, sob comando do ministro da
Fazenda, Guido Mantega. Dilma disse que não se deixará influenciar pela opinião
de uma revista estrangeira e destacou que a situação nos países desenvolvidos é
mais grave do que a do Brasil.
“Em hipótese alguma, o governo
brasileiro, eleito pelo voto direto e secreto do povo brasileiro, vai ser
influenciado pela opinião de uma revista que não seja brasileira”, disse a
presidenta, antes do almoço oferecido aos participantes da Cúpula dos Chefes de
Estado do Mercosul, no Itamaraty.
Segundo Dilma, o Brasil
cresceu 0,6% no último trimestre e crescerá mais no próximo, o que não motiva a
recomendação da revista. “Não vi, diante dessa crise gravíssima pela qual o
mundo passa, com países tendo taxas de crescimento negativas, escândalos,
quebra de bancos, quebradeiras, nenhum jornal propor a queda de um ministro.”
Ao ser perguntada se a
situação dos demais países era pior que a do Brasil, a presidenta foi enfática.
“Vocês não sabem que a situação deles é pior que a nossa? Pelo amor de Deus!”,
disse ela. “Nenhum banco, como o Lehman Brothers, quebrou aqui. Nós não temos
crise de dívida soberana, a nossa relação dívida/PIB é de 35%, a nossa inflação
está sobre controle, nós temos 378 bilhões de dólares de reserva.”
A presidenta reafirmou que é
favorável à liberdade de imprensa, apesar de divergir do conteúdo publicado em
alguns veículos. A reação de Dilma à publicação britânica ocorre em meio a
discussões sobre regulação dos meios de imprensa na Argentina e no Equador,
países cujos presidentes, Cristina Kirchner e Rafael Correa, respectivamente,
estavam presentes nas reuniões de hoje.
“Eu sou a favor da liberdade
de imprensa. Não tenho nenhum ‘senão’ sobre o direito de qualquer revista ou jornal
dizer o que quiser”, ressaltou a presidenta. Para ela, a reação da revista
britânica pode ter sido motivada pela queda dos juros no Brasil.
“[Será que] tudo isso se dá
porque os juros caíram no Brasil? Os juros não podiam cair aqui? Aqui tinha que
ser o único, como dizia um economista antigo nosso [Delfim Netto], ou o último
peru de Ação de Graças?”, acrescentou a presidenta, referindo-se à hipótese de
o Brasil só ter condições de baixar os juros quando todos os países da região
já tivessem feito.
Fonte: Agência Brasil
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