As medidas farão o governo
deixar de arrecadar R$ 1,6 bilhão em 2012 e R$ 3,9 bilhões em 2013. Os
eletrodomésticos da linha branca (fogões, geladeiras, tanquinhos e máquinas de
lavar) e móveis, painéis e luminárias continuarão com alíquotas reduzidas até
31 de dezembro. A desoneração da linha branca também acabaria na sexta-feira, e
o benefício para os móveis vigoraria até 30 de setembro.
Com impostos reduzidos há três
anos, os materiais de construção terão o benefício prorrogado por mais 12
meses, até dezembro de 2013. O governo incluiu ainda quatro tipos de materiais
na lista de produtos com IPI menor: pisos laminados, pisos de madeira sólida,
piso vinílico e drywall (placas de gesso instaladas em paredes).
O governo prorrogou ainda em
um ano a alíquota zero para sete tipos de bens de capital (máquinas e
equipamentos usados para produção). O benefício foi estendido até 31 de
dezembro de 2013, uma renúncia estimada de R$ 1,1 bilhão no próximo ano.
De acordo com Mantega, as
prorrogações foram necessárias para estimular o consumo num momento em que a
economia ainda está se recuperando da desaceleração do início do ano. Segundo
ele, em diversos casos, como nos do material de construção e de móveis, os
consumidores costumam planejar as compras com meses de antecedência, por isso,
o governo decidiu estender a desoneração para permitir a recuperação das vendas
antes do fim do ano.
“Quem precisa fazer obras em
casa não faz compra imediata. Às vezes, leva de oito a dez meses para gastar. O
privilégio vai ser mantido para dar tempo de todo mundo fazer a reforma”,
destacou.
Em relação à renovação do IPI
reduzido para os veículos, o ministro disse que a prorrogação foi de apenas
dois meses porque a reação do setor automobilístico foi mais rápida às medidas
de estímulo. Ele citou dados da Associação Nacional dos Fabricantes dos
Veículos Automotores (Anfavea), que apontam alta de 33,4% na média diária de
vendas desde maio, quando o imposto foi reduzido.
A maior renúncia fiscal será
provocada pelas desonerações de materiais de construção. A prorrogação custará
R$ 1,8 bilhão em 2013. A inclusão dos novos itens provocará perda de arrecadação
de R$ 84,2 milhões em 2012 e de R$ 375 milhões em 2013.
A extensão do IPI reduzido
para os veículos terá custo adicional de R$ 800 milhões. Para os móveis e
laminados, a renúncia corresponderá a R$ 371 milhões. Com o benefício para as
luminárias, o governo deixará de arrecadar R$ 22 milhões. A desoneração para a
linha branca custará R$ 361 milhões.
Montadoras se comprometem a manter empregos e repassar redução de IPI
para o consumidor
A redução tributária na venda
de veículos deu impulso forte ao setor, que atualmente vende 16,6 mil carros
por dia, em média, de acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Esses
números animaram o governo a manter a desoneração do setor por mais dois meses,
uma vez que a indústria automobilística se compromete a manter o nível de
empregos e a repassar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI) para o consumidor.
Segundo Mantega, o governo
acompanha com atenção os preços de mercado, nos casos de produtos que gozam
algum tipo de subsídio fiscal, e “pudemos observar”, disse ele, que nos últimos
seis meses os preços dos automóveis estão em média 4,5% mais baratos. Isso não
condiz, porém, com os preços internacionais, que são bem mais baratos, mas o
ministro ressaltou que o governo continuará a adotar medidas para a redução de
custos e espera que “um dia os brasileiros tenham oportunidade de pagar aqui
preços equivalentes aos cobrados lá fora”.
Além do benefício para o setor
automotivo, o ministro anunciou desoneração também para os produtos
da linha branca (fogões, geladeiras, máquinas de lavar), móveis, bens de
capital (máquinas, equipamentos, caminhões e implementos agrícolas), material
de construção e depreciação acelerada dos bens de capital usados. No todo, a equipe
econômica estima renúncia fiscal de R$ 1,2 bilhão neste ano e de R$ 3,9 bilhões
no ano que vem, uma vez que os subsídios para bens de capital e material de
construção valem até 31 de dezembro de 2013.
Em resposta à cobrança de
medidas adicionais para diminuir os efeitos da "guerra comercial" com
o mercado externo, Mantega lembrou que os carros de fabricação estrangeira já
pagam 30% de Imposto de Importação e o governo continua adotando medidas para
reduzir os custos de produção e tornar os preços dos produtos brasileiros mais
competitivos. Ele destacou, contudo, que o problema comercial é derivado da
crise internacional e quem tem mercado, como o Brasil, sofre assédio dos outros
mercados. "É uma guerra pesada, mas vamos melhorar", disse.
Com informações da AGBR para o
site Redecol Brasil
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