Pesquisa encomendada pelo
Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) mostra que a maioria dos
estrangeiros que participaram da Conferência das Nações Unidas sobre o
Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, quer voltar ao Brasil. Foram ouvidas 228
pessoas – 101 jornalistas de 42 países e 127 representantes de delegações de 33
países – que estiveram na conferência, realizada no mês passado no Rio de
Janeiro.
A quase totalidade (97%) dos
entrevistados quer voltar ao Brasil e mais da metade (cerca de 60%) voltou para
casa com melhor opinião sobre o país. “A pesquisa confirma o acerto em
determinadas estratégias. Abrimos para um público novo no Brasil [54% estavam
visitando pela primeira vez o país]”, disse o presidente da Embratur, Flávio
Dino. Para ele, o desejo de voltar ao Brasil mostra acertos de organização.
Para metade dos entrevistados,
a personalidade dos brasileiros é o principal "atrativo turístico" do
país. Em segundo lugar ficaram as belezas naturais (35%) e, em terceiro, a
hospitalidade brasileira (18%). Enquanto, para 36% dos entrevistados a visita
superou as expectativas iniciais, 4% disseram que a impressão sobre o Brasil
foi pior do que quando chegaram ao país. Entre os aspectos negativos apontados
por jornalistas e delegações estrangeiras, os preços dos produtos e serviços
concentraram o maior número de reclamações.
Às vésperas do evento, os
valores cobrados pela hospedagem no Rio de Janeiro atingiram níveis
preocupantes, o que resultou em negociações entre o governo e o setor
hoteleiro. Os acordos chegaram a fixar uma redução de até 60% nos custos de
hospedagem de delegações de outros países.
“A pesquisa mostra a
necessidade de ampliação da rede hoteleira e de adoção de medidas como a
desoneração [na rede hoteleira, a desoneração entra em vigor a partir de
agosto]. Ao governo cabe propiciar boas condições gerais, mas o setor privado
deve assegurar mais investimentos e preços justos”, disse Dino.
No entanto, a reclamação sobre
os preços não se restringiu aos valores cobrados pelos hotéis. Durante o
evento, o preço dos alimentos e das bebidas chamou a atenção de representantes
brasileiros e estrangeiros. No Riocentro, onde estavam concentradas as negociações
em torno do documento final da Rio+20, uma lata de refrigerante ou uma garrafa
de água custava R$ 5. O valor das refeições girava em torno de R$ 35.
Além desse aspecto, os
entrevistados estrangeiros também criticaram o trânsito da cidade e os serviços
de telefonia e internet. Para Dino, na relação sobre pontos negativos não houve
surpresas. O presidente da Embratur acredita que o país estará mais bem
preparado para os próximos megaeventos, como a Copa do Mundo, em 2014, e os
Jogos Olímpicos, em 2016, no Rio de Janeiro.
“Temos hoje um trabalho muito
intenso e está tudo em andamento, como o novo marco de concessão de aeroportos
e investimentos em mobilidade urbana. Temos tempo suficiciente, mas a pesquisa
confirma que temos que avançar muito”, destacou o presidente da Embratur.
Mais de 50% dos entrevistados
concordam que o país está no caminho certo para sediar eventos como a Copa e os
Jogos Olímpicos. Apesar disso, 37% deles disseram que não voltarão ao país para
tais competições. “O público de uma conferência como a Rio+20 é distinto de um
público de Copa do Mundo”, avaliou Dino.
Para ele, a visão da maior
parte dos estrangeiros sobre a capacidade do país nesse quesito é promissora.
“Os mais de 50% que acreditam [na preparação do país para os megaeventos] é
estimulante para o setor público", acrescentou Flávio Dino. Ele disse
esperar que o setor privado leve isso em consideração para planejar novos
investimentos.
Com informações da Agência
Brasil para o site Redecol Brasil
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