Com muito tumulto, o
governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB-GO), chegou a Brasília para prestar
depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito - CPMI do Cachoeira.
O clima nos corredores do Senado esquentou entre os aliados do governador e um grupo contrário que usava nariz de palhaço e gritava: "Fora, Perillo!". Só depois que os seguranças do Senado Federal impediram que os protestantes adentrassem a sala de depoimentos foi que os ânimos se acalmaram, somente os aliados do governador puderam entrar no plenário, dentre eles vereadores, prefeitos e assessores.
O clima nos corredores do Senado esquentou entre os aliados do governador e um grupo contrário que usava nariz de palhaço e gritava: "Fora, Perillo!". Só depois que os seguranças do Senado Federal impediram que os protestantes adentrassem a sala de depoimentos foi que os ânimos se acalmaram, somente os aliados do governador puderam entrar no plenário, dentre eles vereadores, prefeitos e assessores.
Perillo foi ao depoimento com
a missão de convencer os deputados e senadores da CPMI, que não tinha relações
com o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, mais conhecido como
Carlinhos Cachoeira. O governador ressaltou que a polícia goiana, sob o seu
comando, vem realizando um forte enfrentamento ao crime organizado, além de
atividades ilegais que supostamente eram comandadas por Cachoeira.
O governador reiterou diversas
vezes que não houve ligação de seu governo com o empresário investigado pela Polícia
Federal, suspeito de comandar esquema criminoso envolvendo jogos ilegais, com a
participação de políticos e empresários. "Não há nenhum ato do governo de
Goiás em benefício ou na direção do que foi suscitado pela imprensa. Falaram
muito, mas nada se concretizou", disse. "Nunca mantive qualquer
relação de proximidade com o empresário Carlinhos Cachoeira, embora fosse ele
uma pessoa de livre trânsito com políticos do meu estado e com as pessoas mais
ricas", completou.
Perillo citou um diálogo
interceptado pela Polícia Federal do empresário com a mulher dele, Andressa
Mendonça, no qual ele estaria reclamando da ação do governo. Na gravação citada
pelo governador, Cachoeira reclama que tinha vontade de chorar ao "ser
tratado como um bandido" e que os negócios de jogos que continuavam
funcionando em Anápolis não estavam mais com o lucro esperado. "Essa é a
prova do quanto a polícia do meu estado agiu contra a contravenção e contra
todo tipo de crime organizado", disse o governador.
"São 30 mil horas de
gravações, três anos de gravações e não há nenhuma ligação dele para mim.
Apenas uma ligação minha para ele por ocasião de seu aniversário. Se ele era
uma pessoa próxima, era natural que ele tivesse acesso ao meu telefone
particular", argumentou o governador.
Em relação à venda de sua casa
em Goiânia, Perillo disse que não sabia que o ex-vereador de Goiânia Wladimir
Garcez, que intermediou a compra, havia tomado empréstimos com terceiros para
aquisição da casa. Segundo o governador, o ex-vereador havia se apresentado
como comprador do imóvel e posteriormente, repassou o negócio à outra pessoa.
"Enquanto outros fazem esquemas eu sou acusado de ter vendido uma casa de
minha propriedade e dentro da lei", argumentou o governador.
Na avaliação de deputados e
senadores da CPMI, a apuração das circunstâncias em que a casa foi vendida
servirá para tentar esclarecer o grau de proximidade do governador com o
Cachoeira, a venda da casa do governador ainda não está bem explicada e
apresenta muitas contradições de ambos os lados.
O proprietário da Faculdade
Padrão, Walter Santiago, em depoimento à CPMI, disse que a compra da casa de
Marconi Perillo foi feita em dinheiro, com notas de R$ 50 e R$ 100, totalizando
R$ 1,4 milhão, pagos à Lúcio Fiúza, assessor de Perillo, e ao ex-vereador e
lobista da construtora Delta, Wladimir Garcêz. Já o governador conta outra
versão, ele disse que recebeu pela venda do imóvel três cheques, sendo dois de
R$ 500 mil e um de R$ 400 mil.
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