O número de brasileiros que se
declaram católicos continua em queda. Nos últimos 20 anos a diminuição desse
contingente no total da população do país foi aproximadamente 22%. Em 1991,
oito em cada dez brasileiros se diziam pertencentes a essa religião; em 2010,
pouco mais de seis fizeram a mesma afirmação.
Por outro lado, os grupos
evangélicos, que passaram de 9% em 1991 para 22,2% em 2010, são os que mais
cresceram no mesmo período. Somente na última década foi observado um aumento
de cerca de 16 milhões de pessoas que se declararam evangélicas.
A constatação faz parte do
Censo Demográfico 2010 – Características Gerais da População, Religião e
Pessoas com Deficiência, divulgado hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). O documento traz informações do perfil
religioso da população brasileira, além de dados sobre a distribuição espacial
das pessoas com deficiência, sua estrutura por idade, escolaridade e inserção
no mercado de trabalho.
O pesquisador da coordenação
de população e indicadores sociais do IBGE, Cláudio Crespo, destacou que entre
os evangélicos o grupo que mais cresce é o dos pentecostais, que inclui as
igrejas Assembleia de Deus, do Evangelho Quadrangular, Maranata e Nova Vida. Em
2010, seis em cada dez evangélicos e um em cada dez brasileiros já declaravam frequentar
essas igrejas. Por outro lado, o número de evangélicos de missão ou
tradicionais, como luteranos, presbiterianos, metodistas, batistas e
congregacionais, ficou estável e correspondia, em 2010, a 18,5% dos evangélicos
e a 4,1% dos brasileiros.
“Com certeza, 80% dos que
deixam de ser católicos se tornam evangélicos pentecostais, principalmente em
função de essas igrejas contarem com uma linguagem mais urbana, mais
metropolitana, própria dos nossos tempos”, explicou.
Esse movimento é liderado pela
igreja Assembleia de Deus, que foi a que mais cresceu entre 2000 e 2010,
passando de 8,4 milhões para 12,3 milhões de fiéis. Além disso, o documento
mostra que a Igreja Universal do Reino de Deus – integrante também do grupo das
pentecostais – perdeu quase 300 mil adeptos, passando de 2,1 milhões para 1,9
milhão na última década.
Em relação à distribuição
espacial da população evangélica, há uma concentração que acompanha a expansão
da fronteira agrícola e o litoral do Sudeste, revelando uma influência dos deslocamentos
populacionais. “As igrejas pentecostais crescem com bastante vigor nas regiões
metropolitanas do Rio e de São Paulo muito em função da migração de fluxos
vindos do Norte e do Nordeste”, acrescentou.
A redução no percentual de
católicos ocorreu em todas as regiões, tendo sido mais intensa no Norte, berço
da igreja Assembleia de Deus (de 71,3% para 60,6%), enquanto os evangélicos
aumentaram sua representatividade nessa região, de 19,8% para 28,5%. Entre os
estados, o menor percentual de católicos foi encontrado no Rio de Janeiro
(45,8%) e o maior no Piauí, com 85,1%.
Com informações da Agência
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