Confusão na eleição da Câmara de Cristalina pode refletir negativamente nas urnas em outubro

Vereadores Olivar e Marquinho   

A Câmara Municipal de Cristalina vive seu pior momento na história legislativa municipal, brigas, palavrões, confusão e até agressão física vem acontecendo entre os vereadores, será que foi para isso que os elegemos? Claro que não, mas infelizmente alguns vereadores parecem estar mais interessados no poder ou no status que este poder representa em um ano eleitoral, do que propriamente trabalhar em prol de Cristalina, em detrimento de seus próprios interesses.

Os nove vereadores se dividiram em dois grupos rivais que se autodenominaram G4 e G5, o primeiro tem o apoio do prefeito Luiz Attié e é formado pelos vereadores: Olivar, José Orlando, Sandra e Dione. E o segundo representando uma oposição é formado pelos vereadores: Marquinho Abrão, Sálvio Santin, Aparecida Faria, Rosivaldo Pelota  e Cirlene Côrtes.

Entenda a confusão

Nodia 15 de dezembro de 2011 foi realizada uma sessão para escolha da nova Mesa Diretora (incluindo novo presidente), no entanto, as duas chapas tiveram o pedido de candidatura impugnada, inviabilizando a eleição, com isso, uma nova sessão foi marcada para o dia 30 de dezembro do mesmo ano. Mais uma vez, os vereadores tumultuaram a sessão, ocasionado a suspensão da mesma.

Com isso, a Câmara de Cristalina encerrou o ano de 2011 sem conseguir eleger o novo presidente da Casa, portanto, um impasse surgiu: como a eleição não aconteceu, o então presidente Olivar, juntamente com a Mesa Diretora, se acharam no direito de permanecer na presidência da Câmara até a realização de uma nova eleição.

Já a coalisão denominada G5, afirma que o Regimento Interno prevê que o vereador mais votado na última eleição tem o direito de assumir a presidência, desta forma, Marquinho Abrão seria o novo presidente da Câmara de Cristalina.

O Regimento Interno da Câmara de Cristalina prevê que o vereador mais votado nas últimas eleições tem o direito de ser o presidente do Legislativo, no entanto, o Regimento não deixa explicito se esta regra é válida para os anos posteriores. Por conseguinte, o vereador Olivar decidiu aplicar o princípio da simetria legislativa que permite a aplicação na Câmara Municipal dos preceitos dos regimentos da Assembleia Legislativa de Goiás, Senador Federal e da Câmara dos Deputados, permanecendo no poder até a realização de nova eleição.

Já o grupo denominado G5 não concordou com a aplicação da simetria entre os poderes legislativos e segundo eles, fazendo cumprir o Regimento Interno assumiram o comando da Câmara Municipal, tendo o vereador Marquinho Abrão como presidente.

Olivar então se negou a entregar algumas chaves de acesso interno, os vereadores do G5:  Marquinho Abrão, Sálvio Santin, Aparecida Faria, Rosivaldo Pelota e Cirlene Côrtes chamaram um chaveiro e abriram alguns armários em busca de documentos, enquanto o vereador Marquinho Abrão vistoriava um desses armários, o vereador Olivar entrou no recinto e de forma repentina fechou a porta do armário, prensando a mão do vereador Marquinho Abrão. Olivar, em seguida, desferiu alguns empurrões no seu colega. Marquinho registrou ocorrência policial e teve a mão enfeixada. Veja o vídeo da confusão divulgado na Internet pelo Jornal Cristalina Agora:

Mais confusão...

Na semana passada, o vereador Olivar, juntamente com várias pessoas (que supostamente são funcionários da prefeitura) foi até a Câmara para anunciar uma decisão judicial favorável a sua permanência na presidência da Casa e mais uma vez, virou bate boca e muita confusão, veja também o vídeo divulgado na Internet pelo Jornal Cristalina Agora:

Prejuízos

Não é só a comunidade cristalinense que perde com esta disputa de poder, muitos vereadores estão desgastando em demasia sua imagem junto aos eleitores e por ser um ano eleitoral essa briga pela presidência temporária da Câmara Municipal pode custar muito caro nas urnas. Nas redes sociais, Olivar é o principal alvo das críticas, onde as pessoas  o chamam de ditador.

Essa disputa também pode acabar respingando nas pretensões de reeleição do prefeito Luiz Attié, que por ter sua imagem vinculada ao tumultuado processo eleitoral na Câmara e por sua obsessão de fazer a todo custo o presidente da Casa, poderá ter uma reprovação popular impactante nas urnas. Da mesma forma, os demais vereadores que além de agressões verbais, com palavras de baixo calão, demonstram uma total falta de preparo na condução de um processo democrático, que poderia ser realizado sem tanto caos.

Eles não estão desrespeitando somente seus colegas parlamentares, mas principalmente os cidadãos que paga os seus salários e com certeza não os elegeram para ver cenas lamentáveis como estas mostradas nestes vídeos.

Processo eleitoral

É preciso que os quase 30 mil eleitores de Cristalina reflitam muito bem ao longo deste ano na forma e critérios que utilizam para escolher seus representantes no Legislativo e Executivo municipal. Vote naquele candidato que apresente boas propostas para o município e possui histórico de honestidade e bons trabalhos prestados, não venda seu voto por um par de sapatos, um lote na periferia, uma cesta básica ou uma promessa de emprego na Câmara ou Prefeitura.

Cada povo tem os representantes que merece, no processo democrático é o cidadão que por meio do voto direto escolhe os vereadores e prefeitos por um período de quatro longos anos, se essa escolha for mal sucedida, os prejuízos para Cristalina e por tanto, para os seus moradores podem ser enormes e irreversíveis.

Nessas eleições, serão eleitos em Cristalina não nove, mas treze vereadores, além é claro do prefeito. Estamos em janeiro e as eleições serão em outubro, temos praticamente todo o ano para acompanhar o que os atuais governantes fizeram e estão fazendo em prol do município e também, poderemos analisar as propostas dos futuros candidatos.

Vote naqueles candidatos que realmente estão imbuídos no desenvolvimento social e econômico de Cristalina. Muitas pessoas que hoje estão no poder deixam transparecer que somente se importam com seus próprios interesses em detrimento do trabalho sério que o cargo público exige e querem ser reeleitos de qualquer forma.

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Ah, se os nossos nobres vereadores gastassem tanta energia para trabalhar em prol dos cristalinenses quanto demonstraram para defender seus próprios interesses...