Neste domingo (11/12) acontece o plebiscito sobre a divisão do Estado do Pará e criação dos estados de Carajás e Tapajós, ao todo, 4,8 milhões de eleitores paraenses estão aptos a votarem. Eles devem responder a duas perguntas que aparecerá no visor na urna eletrônica: Você é a favor da divisão do estado do Pará para a criação do estado do Tapajós? O eleitor deverá digitar 55, se a resposta for Não e 77, se a resposta for Sim. Em seguida, aparecerá no painel a pergunta: Você é a favor da divisão do estado do Pará para a criação do estado de Carajás? A resposta será com a mesma sequência numérica de votação da primeira pergunta (55 para não e 77 para sim). O eleitor ainda pode votar em branco.
Horários e locais de votação
Lembrando que o voto é obrigatório a todos os paraenses alfabetizados com idades entre 18 e menores de 70 anos, facultativo para aqueles com idade entre 16 e 17 anos e maiores de 70 anos, e para os analfabetos. A consulta aos locais de votação pode ser feita pelo site doTSE. O horário de votação é das 8h às 17h, no horário local. A expectativa é que o resultado seja divulgado a partir das 22h (23h em Brasília).
Urnas eletrônicas
Em todo o Estado do Pará serão utilizadas 18 mil urnas em 14.281 locais de votação, caso aconteça algum defeito em alguma urna, ela será imediatamente substituída por outra reserva e se esta também não funcionar, a votação será realizada por cédulas de papel.
Documentos obrigatórios para votar
Para poder votar, o eleitor deve levar consigo um documento oficial com foto (carteira de identidade, certificado de reservista, carteira de trabalho ou carteira de motorista). Para agilizar a votação, a justiça eleitoral sugere que o eleitor leve também seu título eleitoral.
Preferência na fila de votação
Os eleitores com mais de 60 anos tem prioridade na fila de votação, bem como, os eleitores com alguma doença grave, com algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida, gestantes, lactantes, policiais em serviço, juízes, servidores da Justiça Eleitoral e os promotores eleitorais.
Santarém e Marabá podem se tornar capitais
Se os eleitores do Pará aprovarem neste domingo (11/12) a divisão do estado em três unidades da Federação, com a criação dos novos estados de Carajás e do Tapajós, duas cidades deverão virar capital: Santarém e Marabá. Nos dois municípios, a expectativa é de crescimento econômico e mudança nos indicadores sociais e de qualidade da vida.
Vista aérea de Santarém |
Prefeita de Santarém candidata a capital de Carajás, Maria do Carmo (PT), diz que a região nunca se sentiu contemplada nos planos de desenvolvimento do Pará e que a divisão é uma chance para alavancar um novo modelo de crescimento econômico para os 27 municípios que formariam o novo estado.
“Somos hoje colônia da região metropolitana de Belém. O projeto de desenvolvimento tem sido pensado a partir da capital, dos grandes projetos, com foco na exportação de matérias-primas. Por que um estado tão rico tem um povo tão pobre? Porque a concepção é pautada no extrativismo, na exportação, nossa vocação econômica aqui no Tapajós é outra”, avaliou a prefeita.
Segundo Maria do Carmo, com a divisão, a região poderia explorar o potencial industrial, com a criação de uma zona franca, além do fortalecimento do turismo e criação polos de conhecimento na Amazônia, com cidades universitárias.
A possibilidade de Santarém se transformar em capital do novo estado também seria transformadora para o município, na avaliação da prefeita. “Subiremos um patamar, deixaremos de ser uma cidade polo para ser uma capital, é um upgrade na classificação de investimentos do governo federal, vamos receber o dobro de recursos”.
Foto aérea de Marabá |
A nova capital já nasceria como a mais violenta do país. De acordo com o Mapa da Violência, do Ministério da Justiça, com base em dados de 2008, a cidade é a quarta mais violenta do país, com uma taxa de 125 mortes para cada 100 mil habitantes, acima de Maceió (107,1), Recife (85,2), Vitória (73,9), quatro vezes maior que a do Rio de Janeiro (31) e dez vezes pior que a de São Paulo (14,8).
Além disso, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Marabá (0,714) seria o mais baixo entre as capitais. Uma das causas é a explosão demográfica do município que viu sua população crescer 38% entre 2000 e 2010, passando de 168 mil para 233 mil habitantes.
O crescimento acelerado, influenciado principalmente pela instalação de siderúrgicas e a atividade da pecuária na região, trouxe pessoas de diferentes partes do país. Em 2000, de acordo com dados do IBGE, 42% da população de Marabá não era nascida no estado do Pará.
Cerca de 4,6 milhões de eleitores paraenses vão as urnas amanhã (10) para decidir sobre a divisão do estado. Se a separação for aprovada no plebiscito, a criação dos novos estados ainda passará pelo Congresso Nacional e pela sanção da presidenta Dilma Rousseff.
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