Brasil e Timor Leste vão rever os moldes do acordo de cooperação bilateral, definindo as áreas prioritárias e as ações de curto, médio e longo prazos, anunciou hoje (12) o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão. Xanana Gusmão falou aos jornalistas no regresso à capital Díli, após visitar Estados Unidos, Cuba, Brasil e Inglaterra.
Ele afirmou que foram abordados os programas de cooperação no seu encontro com a presidenta brasileira, Dilma Rousseff. “Foram assinados alguns acordos, mas, para além de áreas especializadas como Educação e Justiça, eu disse à presidente Dilma [Rousseff] que nós vamos rever tudo isso. Fui ao Brasil para fazer uma revisão de acordos envelhecidos”, acrescentou Xanana Gusmão.
O primeiro-ministro disse que a nova orientação vai no sentido de haver “uma programação mais efetiva e de visão integrada” no relacionamento com o Brasil. “O meu governo vai estudar todas as áreas de cooperação a longo, médio e curto prazos, de forma a ter uma visão integrada, para não acontecer que cada ministro que vai ao Brasil querer tudo para o seu ministério, e ficamos com uma infinidade de pedidos, de que não se dá conta do recado”, explicou.
“Vamos redefinir tudo, de maneira que, tanto uma parte como a outra, tenham uma base mais programada”, concluiu evitando confirmar se foi abordado especificamente o possível apoio brasileiro à criação de uma força aérea no âmbito das Forças de Defesa de Timor Leste (F-FDTL).
Quanto à visita a Cuba, Xanana Gusmão afirmou que foi agradecer o apoio cubano à formação de médicos timorenses e mostrou a disposição de Timor Leste em continuar a formar seus médicos em Cuba, ainda que, agora, passe a custear as respectivas despesas.
“Comprometemo-nos a financiar as despesas necessárias porque é mais do nosso interesse do que do dos cubanos”. A saída da missão das Nações Unidas (ONU) do país após as eleições de 2012 foi o principal assunto que levou o primeiro-ministro aos Estados Unidos, onde discursou no Conselho de Segurança da ONU. Xanana Gusmão afirmou que a responsabilidade do comando do policiamento na cidade de Díli deverá passar, este mês, da Polícia das Nações Unidas (Unpol) para a Polícia Nacional do Timor Leste.
O primeiro-ministro mostrou-se satisfeito com a forma como tem decorrido o processo de certificação dos policiais timorenses, sob supervisão das Nações Unidas, por considerar que oferece garantias de credibilidade e que tem sido condição para a transferência gradual da responsabilidade de policiamento no território.
Edição: Agência Brasil
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