Os brasileiros estão ingerindo mais gordura e açúcar aponta pesquisa do IBGE


Entre 2003 e 2009, a quantidade de arroz que o brasileiro leva para casa, em média, por ano, caiu 40,5%. Também diminuiu o feijão comprado: 26,4%.
Com isso, a combinação típica da alimentação do país, o arroz com feijão, perdeu espaço para a comida industrializada e semipronta. A aquisição desse tipo de produto aumentou 37%. A conclusão é de pesquisa divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O estudo avaliou a alimentação das pessoas em casa, mas também destaca que a despesa com alimentação fora de casa saltou de 24,1% para 31,1%; um crescimento de sete pontos porcentuais.

Na opinião do pesquisador do IBGE Edilson Nascimento da Silva, os dados mostram a transformação dos padrões de alimentação do brasileiro, fruto da maior oferta de produtos e da falta de tempo para cozinhar em casa. Isso leva as famílias a substituir comidas tradicionais por algo mais prático. No geral, a conclusão é a de que a alimentação das pessoas em casa piorou.

O IBGE destaca, porém, que parte da mudança de hábito dentro de casa pode ser explicada pelo peso maior das refeições na rua.

Açúcar preocupa

A pesquisa do IBGE mostra também que os chamados açúcares livres respondem por uma parcela do consumo de calorias acima do recomendado. Os açúcares livres são aqueles que não estão presentes naturalmente nos alimentos; são adicionados aos alimentos durante seu processamento ou consumo.
Segundo o IBGE, 16,4% das calorias consumidas vêm dos açúcares. Os nutricionistas recomendam que esse percentual não passe dos 10%. Açúcar demais pode levar a doenças como diabetes.
O consumo excessivo de açúcares está ligado, por exemplo, à maior presença de refrigerantes na mesa do brasileiro: alta de 39%. O consumo de gordura saturada, um perigo para o coração, está em 8,3%, na média nacional, e também se aproxima do máximo de 10% recomendado. Frutas e verduras, que devem corresponder a algo entre 9% e 12% das calorias diárias ingeridas, representaram em 2009, apenas 2,8%.

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