Na tarde da última
quinta-feira (16/03), moradores de Cristalina fizeram uma manifestação às
margens da BR 040 pedindo a imediata interrupção da cobrança de pedágio para os
veículos emplacados no município. Produtores rurais, comerciantes e comunidade
se aglomeraram próximo a uma estrada vicinal que interliga a BR 040 à GO 436 e
servindo como rota alternativa para quem não deseja passar pelo posto de
pedágio.
De acordo com o Prefeito
Daniel do Sindicato, que participou ativamente da manifestação, a Lei Orgânica
de Cristalina estabelece como zona urbana um raio de 10 quilômetros do centro
da cidade e por estar aproximadamente 4 quilômetros do centro, o posto de
pedágio estaria causando enormes prejuízos à população do município. Ele
destacou ainda a situação dos moradores do Distrito de Campos Lindos que fica a
100 quilômetros de Cristalina e o acesso principal entre as duas localidades se
dá pela GO 436, nesse caso, os motoristas trafegam menos de 2 quilômetros pela
BR 040, pagam pedágio e fazem o restante do trajeto (98 km) pela esburacada
rodovia estadual.
Prejuízos
O movimento que também contou
com a presença de agricultores que residem nas imediações, como é o caso da
produtora rural Maritânia Paludo. Segundo ela, o prejuízo com o pedágio tem
ultrapassado a casa dos 6 mil reais. Uma vez que sua propriedade fica a uma
distância de apenas 5 km após a praça.
Já para o representante da
Associação dos Irrigantes de Goiás – (Irrigo) Luiz Carlos Figueiredo, o
transtorno com o pagamento do pedágio vem sendo algo incalculável, ao ponto de
estar gerando inclusive demissões nas fazendas que compõem a região do Vale do
Pamplona. Uma vez que além de prejudicar a vinda dos estudantes para as
escolas, os proprietários têm sido obrigados a arcarem com a contrapartida dos
valores aos funcionários, sem falar no prejuízo gerado quanto ao escoamento da
safra agrícola, pontuou Figueiredo.
Outro também prejudicado é o
proprietário de uma Churrascaria às margens da estrada, para o empresário
Wilhiam Gurgel, além da ameaça dos representantes da empresa responsável pela
concessão da BR em “trancar” a entrada do comércio (pelo de fato de alegarem
que veio do empresário, a permissão de novamente abrir a estrada que se
encontra ao lado da churrascaria e interliga a BR 040 à GO 436), viu ainda a
queda nas vendas em decorrência da falta de um retorno nas imediações. Gurgel explicou que não coube a ele, permitir
ou não a abertura da estrada e sim, ao município, haja vista ser um espaço de
domínio público.
Negociação
Após diversas tentativas de
chegarem a um acordo quanto a situação do pagamento de pedágio pelos moradores
de Cristalina, incluindo uma reunião com o jurídico da Via 040 na semana
passada, o Prefeito Daniel do Sindicato resolveu acatar o pedido dos produtores
e empresários, permitindo a revitalização da estrada que consiste no desvio
alternativo ao pedágio.
Em uma reunião entre
representantes da Via 040 e do Executivo Municipal, a concessionária ratificou
ser impossível estabelecer qualquer tipo de isenção aos veículos com placas de
Cristalina. Segundo eles, previa-se uma maior arrecadação com a praça, o que,
no entanto, teve queda de 40% nos últimos meses. Também afirmaram que em
decorrência da Operação lava Jato, o Governo Federal deixou de transferir os
repasses firmados com a Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT.
Obras de duplicação
Para piorar ainda mais a
situação, as obras de duplicação da rodovia estão paradas. A previsão
estabelecida em contrato de concessão previa que toda a extensão da BR 040
entre Brasília e Juiz de Fora/MG seria duplicada até 2018, o que certamente não
será cumprido. E mesmo sem obras de duplicação, os motoristas são obrigados a
transitar por uma rodovia extremamente perigosa, pagando altas taxas de pedágio
e sem perspectiva de melhorias.
No pior dos cenários, devido à
conjuntura atual da economia, as dificuldades de crédito junto ao BNDES e as
revelações feitas pela operação Lava Jato, várias concessões de rodovias
federais estão em risco e em pouco tempo o governo pode retomar o controle
dessas estradas, acarretando em mais prejuízos à população.
Com informações da
ASCOM/Prefeitura de Cristalina e edição Redecol Brasil
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