Foto Jorge Woll-DER |
O governo federal lançou, na
quarta-feira (15/08), o Programade Investimentos em Logística que prevê investimento de R$ 133 bilhões para
modernizar o sistema de transporte brasileiro.
O programa vai permitir que
empresas privadas invistam nas obras e como contrapartida, poderão instalar
postos de pedágios nas rodovias, como a BR 040, BR 050 e BR 060, essas BRs
cortam o Entorno de Brasília e são importantes vias de ligação entre a capital
do Brasil e as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
O governo, em parceria com
a iniciativa privada, pretende investir nas rodovias brasileiras, R$ 23,5
bilhões em cinco anos, e R$ 18,5 bilhões em 20 anos. "Meu governo reconhece as
parcerias com o setor privado como essenciais à continuidade e à aceleração do
crescimento", disse Dilma, em cerimônia no Palácio do Planalto, aplaudida
por dez governadores e um batalhão de grandes empresários. Sem fazer referência
explícita aos governos do PSDB, acusados constantemente de
"privatistas" em campanhas eleitorais, a presidente buscou acentuar
uma diferença no discurso que fez.
"Não estamos desfazendo
de patrimônio público para acumular caixa ou reduzir dívida. Estamos fazendo
parceria para ampliar a infraestrutura do país, para beneficiar sua população e
seu setor privado, para saldar uma dívida de décadas de atraso em investimentos
em logística", afirmou.
Para amarrar todos os projetos e dar uma visão "integradora" às necessidades de transportes, o governo resolveu criar um novo órgão: a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que será presidida por Bernardo Figueiredo, ex-diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e alçado à condição de principal conselheiro de Dilma na área de infraestrutura.
O Programa de Investimentos em
Logística, nome oficial do pacote anunciado por Dilma, lançou 7,5 mil
quilômetros em concessões de rodovias - são 5,7 mil quilômetros em sete lotes
novos e 1,8 mil quilômetros em dois lotes, a BR-040 (Brasília-Juiz de Fora) e a
BR-116 (Minas Gerais), que já estavam com a licitação em andamento. Os trechos
novos ganharam um cronograma bem definido: realização de audiências públicas em
janeiro, publicação dos editais em março, leilões em abril e assinatura dos
contratos até julho de 2013.
O ministro dos Transportes, Paulo Passos, ressaltou uma diferença básica das novas concessões: as empresas que assumirem a administração das rodovias só poderão iniciar a cobrança de pedágio quando 10% das obras tiverem sido executadas. Da malha total que será leiloada, 5,7 mil quilômetros requerem investimentos em duplicação de pistas, como os trechos da BR-101 entre Porto Seguro e Salvador (na Bahia), da BR-050 entre Cristalina e Uberlândia (Goiás e Minas Gerais) e quase todo o caminho entre Anápolis e Palmas pela BR-153 (Goiás e Tocantins). Ao contrário de concessões feitas antes, o tráfego nessas estradas é principalmente de cargas, e não de veículos de passageiros.
"A seleção do vencedor se dará pela menor tarifa de pedágio", disse Passos, explicando que o critério de disputa no leilão continuará sendo o mesmo. Logo em seguida, ele deixou claras algumas diferenças. Uma delas é que o investimento está concentrado nos cinco primeiros anos de contrato. "Não será cobrada tarifa na área urbana e os concessionários responsáveis pelos trechos somente poderão começar a cobrar pedágio quando tiverem concluído pelo menos 10% das obras de concessão em suas respectivas áreas de responsabilidade", acrescentou.
Com isso, o governo busca evitar as dores de cabeça que teve, por exemplo, com a OHL, vencedora de cinco dos sete lotes de rodovias concedidas em 2007 - incluindo Fernão Dias e Régis Bittencourt. Até hoje, a regra para o início da cobrança de pedágio era a execução de "serviços iniciais" nos seis primeiros meses de contrato, um trabalho que se resumia a pouco mais do que a poda de vegetação e um tapa-buracos. Os principais investimentos da empresa espanhola ainda não saíram do papel.
BR 040
A BR 040, rodovia mais movimentada
da região, será a primeira do Centro-Oeste a ser licitada e entregue à
iniciativa privada. No entanto, o modelo de Concessão da rodovia prevê
investimentos concentrados nos primeiros 5 anos de concessão, tais como, duplicação
entre Luziânia e Cristalina e de Cristalina até Juiz de Fora, construção de contornos,
travessias e obras de arte. A seleção do concessionário será feita na
modalidade menor tarifa de pedágio. O tráfego urbano não será pedágio. O
pedágio só será cobrado quando 10% das obras estiverem concluídas.
O governo promete publicar o
edital de licitação da BR 040 até dezembro deste ano, até janeiro de 2013, a licitação deverá ser concluída, e em abril,
o contrato entre o governo e a empresa vencedora será assinado. Após o tramite,
as obras de infraestrutura devem ter início com a duplicação do trecho de 70
quilômetros entre Luziânia e Cristalina.
BR 050
A BR 050 liga Cristalina ao
Triângulo Mineiro e São Paulo, sendo um importante corredor viário brasileiro
responsável por abastecer o Distrito Federal e Entorno com produtos oriundos do
Sul e Sudeste do Brasil. O governo pretende duplicar a rodovia entre Cristalina
e Catalão, e entre Catalão e Uberlândia (este último trecho já está em obras).
O edital de concessão do trecho deve ser lançado ainda no primeiro semestre de
2013.
BR 060
A BR 060, importante via de ligação
entre Brasília – Anápolis – Goiânia, também vai receber postos de pedágios. A empresa
que irá administrar a rodovia deverá fazer todo o trabalho de manutenção e
melhorias. O edital deve ser lançado até
março de 2013, em abril deve ser feita a licitação e entre maio e julho
ocorre a assinatura.
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